Possibilidades:
1>> O universo não teve causa.
Hipótese já excluída. Ponto incontroverso.
2>> O universo se auto-manifestou, causou a si mesmo.
A confusão entre causa e efeito é auto-refutável. Uma análise um pouquinho mais cuidadosa nos leva a concluir que não estamos nem mesmo tratando da lei de causa-efeito, mas de sua negação. Seria necessário que a coisa fosse existente “antes de existir”, “preexistente a si mesmo” ou algo do gênero.
Antes de afirmar um disparate lógico dessa envergadura é preciso quebrar a própria lei da causação universal.
3>> O universo teve uma causa externa do tipo físico-temporal.
Ok, mesmo aceitando a possibilidade, isso apenas adiaria o problema filosófico. Se houve uma causa físico-temporal para o universo, é certo que essa causa é também finita, teve início e foi necessariamente causada. Afinal, essa é a natureza mesma das estruturas físico-temporais, elas não comportam um infinito real de eventos no passado. Caímos novamente no paradoxo do Hotel de Hilbert (ver último post).
Ademais, toda sucessão de eventos finitos redunda em regressão infinita de causas.
Sendo logicamente necessário que algo ponha termo ao paradoxo da regressão infinita, temos que esse termo deve ser necessariamente infinito. Só o que é infinito pode prescindir de causa, afinal, nada o antecede. Portanto, a casa primeira precisa ser INFINITA.
Dada a incompatibilidade entre a existência de infinitos reais e os atributos de temporalidade e materialidade, temos que a causa metafísica e logicamente necessária do universo deve ser INFINITA, ATEMPORAL E IMATERIAL .
Portanto,
4>> O universo teve uma causa externa INFINITA, ATEMPORAL E IMATERIAL.
Continuo com os atributos mais sutis nos próximos posts. Aguardo comentários.
Muito interessante o Argumento Kalan. Espero que voce dê continuidade às explicações sobre ele. Estou gostando muito desse assunto.
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